sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

como se fosse hoje

Eu nunca vou esquecer aquelas palavras.

Não tenho memória do dia, do mês, do que tinha vestido, do local em que me encontrava (e talvez nem me queira esforçar para recordar), mas as palavras... As palavras não as esquecerei. Sinto apenas que estava a pairar num sitio escuro, negro, e que me faltou o chão.

Atendeu o telefone com uma voz ligeiramente estranha. Perguntei se tudo estava bem e ouvi um "não" sofrido. Por entre um ineficaz controlo da voz ouvi "é... é que ela não vai melhorar...". Não consegui responder, não saía nada, a minha voz ficou calada, ficou muda. Que golpe! Nem queria acreditar no que estava a ouvir, não queria acreditar naquelas palavras...

Foi tão duro ouvir...

E continua a doer... Como se fosse hoje.

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