segunda-feira, 19 de maio de 2008

vernissage 2 em 1


Une maison est une machine à habiter.


Foram estas as palavras que inicialmente me desviaram a atenção na exposição Le Corbusier - Arte da Arquitectura, no CCB, que hoje se inaugurou (e pode ser vista até dia 17 de Agosto), juntamente com a exposição de fotografias de Lucien Hervé - Construção/ Composição, sobre a obra de Le Corbusier.


Para mim é uma das mais completas exposições que já vi sobre o "artista plástico" (como o próprio se considerava). Estava lá quase tudo! Entre desenhos, maquetes, esculturas, esquissos, cadernos, fotografias, mobiliário, também se encontram obras de outros artistas que com ele privaram.


A exposição divide-se sensivelmente em 3 partes.

Na primeira parte, Contextos, são de certa forma apresentadas as cidades que mais influenciaram Le Corbusier - Paris, Argel, Nova Iorque, Moscovo, Rio e Chaux de Fonds - bem como as suas obras de maior referência para cada uma.

Em Privacidade e Publicidade, a segunda parte, entre outros são apresentadas as villas emblemáticas que projectou, como a Ville Savoye, bem como mobiliário em aço tubular - onde está a famosa chaise longue à réglage continu, de 1928.

A última parte, Arte Construída, mostra Le Corbusier para além do arquitecto, o escultor, pintor - artista plástico. Estão expostas esculturas de que desconhecia a existência.


Não vou entrar aqui em grandes críticas à obra do arquitecto ou sequer à exposição (não me apetece, nem me sinto com capacidade para isso). Digo apenas e, em suma para quem interessar, que mostra o Plan Voisin, a Ville Contemporaine de trois millions d' habitants, exemplares da revista L' Espirit Nouveau (que fundou com Onzefant e Dermée), o Plan Obus para Alger, a Sociedade das Nações (Nova Iorque), a Cité de Refuge, os condensadores sociais, a Villa Schowb, a Villa Jeanneret-Perret, o Pavilhão L' Espirit Noveau, a Villa Stein, a Villa Savoye, a estrutura Dom-ino, vário mobiliário, a Unité d' Habitation de Marselha, as Immeuble-villas, o Modulor, o plano de Chandigarh, a capela de Notre Dame du Haut (Ronchamp), o Pavilhão Philips, etc, etc, ficava aqui a noite toda a enumerar e deixava de ser surpresa - vou-me poupar.


As fotografias de Lucien Hervé contribuíram em grande parte na divulgação da obra de Le Corbusier – estão também expostas aqui. Gostei particularmente de ver as provas de contacto onde se mostra para lá dos enquadramentos (nada inocentes!) das obras do arquitecto, o estaleiro de obra e o próprio arquitecto.


Confesso que não sei se simpatizo ou não com Le Corbusier... É indiscutivelmente um grande arquitecto do século XX e admiro algumas das suas criações mas a verdade é que tem aquele lado mais provocador e manipulador ao enquadrar e condicionar o nosso olhar na arquitectura (lado não tão evidente na exposição), especialmente quando recorre à fotografia – que tantas vezes me faz pensar na questão da verdade...


Desta vez portei-me bem e mesmo com casa cheia na inauguração, consegui passar entre os vários convidados sem tropeçar em ninguém ou entornar o sumo!! Voltei a ver o senhor com óculos de massa à Le Corbusier com quem tive o pequeno incidente no vernissage da exposição de Gérald Bloncourt...



1 comentário:

(n)Ana disse...

ai mulher... a musiquinha do BJ com a Rimes... deu cabo de mim...