sábado, 30 de agosto de 2008

tentei

Tentei não pensar na triste notícia durante o dia todo.

Quando acordei, enquanto trabalhava, enquanto olhava para o computador, enquanto almoçava, enquanto preparava a comunicação para a conferência, enquanto lia, enquanto revia, enquanto ia para o aeroporto, enquanto regressava a casa e agora que aqui estou.

Tentei não pensar na triste notícia durante o dia todo.

Em vão.


sexta-feira, 29 de agosto de 2008


Conheces-me desde que nasci e toda a vida te deixaste encantar pelos meus olhos... Cada vez que estávamos juntos, mesmo nos momentos mais difíceis que a vida nos trouxe, fazias questão de me dizer que eu tenho "uns oooolhos", mesmo quando eles não brilhavam.

Nas últimas vezes que nos encontrámos, para além dos olhos, recordavas-me o sorriso. E dizias "Lembro-me da primeira vez que te vi... de quando nasceste. Esta garota! E depois lembro-me do teu sorriso... E desses olhos! Esses oooolhos! Continuam lindos!" e davas-me um miminho daqueles à tua maneira.

As tuas histórias são sempre dramáticas e grande parte delas hilariantes - porque só tu podias ser protagonista daquelas histórias, pela forma apaixonada como vives, com tudo o que de bom e de mau isso pode trazer. E o que eu me rio com as tuas histórias!

Ontem decidiste deixar-nos. E a mim, acima de tudo, deixaste-me um grande aperto no coração e um grande nó na garganta. Ainda nem acredito que possa ser verdade... Não pode ser verdade. Tu pertences ao grupo dos imortais e não nos podes deixar... assim... Não podes.


quarta-feira, 27 de agosto de 2008

desencosta-te de mim...

Desencosta-te de mim,
nós já vivemos alguns anos
desencosta-te de mim,
eu não estou a brincar,
dá cabo dos teus enganos
não queiras ver quem eu não sou,
e deixa-me estar.

Chegada da serra,
fiz tudo para não te ver em nome da paz,
no fundo p'ra não conviver
pensa bem,
não sigas os meus passos,
nem sequer és o meu herói,
e eu quero adormecer...

Tudo o que eu vivi, não vou partilhar contigo
o que não vivi, não vou inventar contigo
sei que não sabes, às vezes entender o meu olhar
quero-te bem mas desencosta-te de mim.

Desencosta-te te mim,
desatinamos algumas vezes
vizinho de mim, o meu não será o teu quintal
recebe esta mensagem, não está armadilhada
não foi comprada, nem roubada, fui eu que estive a compor.

Eu venho cansada porque andei por onde quis,
pela estrada, pelos caminhos onde sou feliz
desencosta-te de mim, vai lá ver se estou deitada,
ou a beijar o homem-booomba ou a simplesmente a viver.

Tudo o que eu vivi, não vou partilhar contigo
o que não vivi, não vou inventar contigo
sei que não sabes mas já te estou a avisar
e para teu bem: desencosta-te de mim.


Desencosta-te de mim
Desencosta-te de mim

Percebeste bem?

Desencosta-te de mim!



(uma nova versão baseada na letra do Jorge Palma!! Eheheh)

Não há como um concerto do Jorginho para inspirar a malta... Um músico que influenciou e influencia gerações e gerações, tanto por cá, como além fronteiras - como está à vista de todos e se pode ver ontem em Cascais! Entre outras personagens, andava por lá um fã que devia ser mesmo um grande seguidor - não se equilibrava lá muito bem mas tinha na cara estampada a expressão da felicidade... só não o ouvimos cantar mas provavelmente não estaria muito, muito longe do original naquela noite - eu sempre soube que o alcóol é o elixir da verdade!!!!

Vai daí que me inspirei - na música e não nos vapores! - e escrevi esta letrinha. Afinal, somos ou não somos Children of the Revolution?? You won't fool the children of the Revolution.


terça-feira, 26 de agosto de 2008

back on the horse...

Estou de volta ao trabalho, ao dia-a-dia, depois das minhas nano-férias (achei um piadão à tua expressão, Yin Zhen!).

Em poucos dias fiz mais de 1500km. Nesses 1500km, revi paisagens que já me eram familiares e conheci outras que nunca tinha visto. Senti-me livre, leve, abri os braços, respirei fundo e enchi bem os pulmões. Dormi pouco, passeei muito.

Fui uma Colin McRae por um dia. E gostei! Quase perdi o controle do carro numa curva mas elas eram tantas, e como ninguém se magoou, ainda deu para rir e fazer umas piadas - ai estes momentos cheios de adrenalina...!!!

Soube a pouco mas soube bem.


domingo, 17 de agosto de 2008

directamente do baú

Ahahaha! Que saudades! :D



Living easy, living free
Season ticket on a one-way ride
Asking nothing, leave me be
Taking everything in my stride
Don't need reason, don't need rhyme
Ain't nothing I would rather do
Going down, party time
My friends are gonna be there too

I'm on the highway to hell

No stop signs, speed limit
Nobody's gonna slow me down
Like a wheel, gonna spin it
Nobody's gonna mess me round
Hey Satan, payed my dues
Playing in a rocking band
Hey Momma, look at me
I'm on my way to the promised land

I'm on the highway to hell

(Don't stop me)

And I'm going down, all the way down
I'm on the highway to hell

AC/DC, "Highway to hell"

sábado, 16 de agosto de 2008

take me

Fecho os olhos e ainda consigo ver aquele sol de domingo e aquele mar fantástico que revi no estrangeiro - não ia lá há anos... Quase que arrisco dizer há mais de uma década! Soube e sabe tão bem...

Neste meu andar de um lado para o outro, de viver em cidades diferentes (acho que a próxima está aí à porta! mas... fica para outro post ;) é uma espécie de - e usando as palavras de Miguel Torga - "O destino plantou-me aqui e arrancou-me daqui. E nunca mais as raízes me seguraram bem em nenhuma terra."), sabe-me bem conhecer lugares novos - apaixonando-me ou não por eles - mas reviver alguns dos antigos tem sempre um outro sabor, outra emoção, digamos assim. Como no domingo.

cusquices

Já o tubarão não pode comer o que quer, e onde quer, que toda a gente fica logo a saber através dos jornais...

(Não resisti a colocar isto aqui! Estava há dias na página online do Jornal de Notícias, na parte da "Sociedade")

domingo, 10 de agosto de 2008

hot night @ hot clube

Desde que comecei a ouvir jazz que o Hot Clube de Portugal se tornou uma espécie de local mítico para mim. Nunca surgiu a oportunidade de entrar para apreciar a música e o ambiente que por lá se respira.

O HCP celebra este ano 60 primaveras (já fiz referência a este facto), tive a oportunidade de ouvir a sua Big Band no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, mas entrar MESMO lá, nunca tinha acontecido (não me perdoo por não ter ouvido há tempos Bernardo Sassetti, um dos meus pianistas de eleição). Até ontem!

Era como eu imaginava - ambiente acolhedor com muito boa música.

Ouvi Francisco Pais Quintet, ontem na versão mais a dar para o quartet: Francisco Pais (guitarra), Josefine Lindstrand (voz), Demian Cabaud (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria).

De início não foi muito fácil para mim. A primeira música não foi muito agradável ao meu ouvido (o meu barómetro para distinguir a boa da má música) e não percebia nada do que Josefine Lindstrand cantava... Depois percebi que, sendo ela sueca, o mais provável era que estivesse a cantar em sueco e daí a estranheza. As músicas que se seguiram foram todas cantadas em inglês e bastante mais agradáveis ao meu ouvido! E a voz dela é muito boa!

Gostei muito de os ouvir a todos, tanto sozinhos como acompanhados: a voz era muito boa, o contrabaixista também esteve muito bem, o baterista conquistou-me logo na primeira música (adoro quando usam as vassouras!), e o guitarrista foi excelente (fazia umas caretas bem engraçadas e tinha atitude tão leve, tão natural, tão... gostei!).

Uma das músicas que mais gostei foi uma que Francisco Pais escreveu para a filha. A melodia era linda e a letra era ainda melhor! Fiquei toda arrepiada :)

Foi um bom concerto num espaço que eu há muito tempo queria conhecer e ao qual hei-de voltar. Mais uma coisa para riscar da minha to do list.



mais um passo dado a encurtar o meu curto caminho para o inferno

Tenho uma nódoa negra no braço (vulgo hematoma) com umas dimensões consideráveis. Não é bonita, impressiona algumas pessoas, chega a ter mesmo ar de "violência doméstica"... Mas não é.

No autocarro, sentou-se ao meu lado uma senhora com bichos carpinteiros. Conseguiu a proeza de fazer uns km's - que é como quem diz, praticamente o percurso todo do autocarro - sempre a mexer-se (e a incomodar-me): ora compunha a sua écharpe, ora se acomodava no banco, ora remexia a sua mala, ora me dava pequenos toques em jeito de cotovelada, etc.

Cansada daquela agitação toda, e sem vontade de lhe dirigir a palavra, pus-me a pensar numa forma de a fazer... acalmar. E claro, lembrei-me do meu hematomasinho!

Aproveitei uma das suas mini-cotoveladas para me agarrar ao braço (que por coincidência era o que estava do lado dela!) e simular uma dorzinha... Eu sei que isto não é nada bonito, que vou arder no inferno, etc, etc, mas a senhora não-parava-quieta!! Ela ficou um bocado atrapalhada, perguntou se me tinha magoado, eu disse-lhe que não (pelo menos disse a verdade! eheheh! já não vou directa para o inferno!!) mas protegi o braço.

Não se mexeu mais até ao final do percurso, passaram-lhe todas as comichões, os bichos carpinteiros, tudo. Foi remédio santo!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

procura-se

Alguém sabe onde posso arranjar um abre-conchas?

Dava-me um jeitão...

nestor, o rei da cocada preta

Nunca tinha visto uma peça de teatro no Convento do Carmo. Nunca tinha entrado sequer lá dentro (só nos livros de história). Entrei esta noite e hei-de voltar. E também lá irei de dia.

Vi uma peça de teatro sobre o padre António Vieira, Vieira - o céu na terra (que faz parte das comemorações dos 400 anos do seu nascimento), no fantástico cenário que são as ruínas do Convento do Carmo. Digamos que é uma produção do Teatro Nacional D. Maria II num palco bem diferente e não convencional mas com tudo a ver!

A acção decorre na nave central da igreja do convento e o público distribui-se pelas bancadas colocadas lateralmente. Como sempre ouvi dizer que no meio é que está a virtude, escolhi a central, e escolhi bem pois vi tudo sem ter que me lamentar por ser míope!

É engraçado como alguns pormenores fazem diferença, apesar de subtis. Fixei-me nalguns deles, desde a própria orientação do cenário ao texto.

Não vou descrever a peça porque já todos estudámos (melhor ou pior) os seus sermões, percurso, etc., porque não o saberia fazer tão bem e porque vale mesmo a pena ver esta belíssima peça com brilhantes interpretações. Destaco os meus favoritos, que foram:

o Padre António Vieira (João Henrique Neto) - simplesmente fantástico!
o Nestor (Félix Fontoura) - é uma figura divertida, sem pecado, que sonhava com a sua mulata, um bom prato de feijoada e boa cachaça, que era o silício do padre, era o prrréééto cheio de humor ao dizer a verdade, em suma, o verdadeiro Rei da Cocada Preta à conta de quem ainda dei umas boas gargalhadas!!
a D. Luísa de Gusmão (Carmen Santos) - sempre achei esta actriz lindíssima;
o Inquisidor (João Lagarto) - igualmente brilhante!
e não poderia esquecer o índio Caumondé (Maurício Vitoria)! Houve uma certa proximidade entre nós, talvez um metro e mal medido! :) Digamos que o actor olhou bastante na minha direcção ao ponto de me sentir "convencida" (a minha companhia também reparou portanto não estava a alucinar)... Claro que provavelmente, na minha direcção, ficava aquele ponto no infinito onde os actores de vez em quando se fixam...

Fica a dúvida e o apelo: Maurício, se por mero acaso aqui passares - bem sei que sem a morada deste cantinho fica díficil já que não houve tempo para... - esclarece-me, conta em que é que ficamos :)

A força com que o padre António Vieira defende o Quinto Império e o humor do Nestor (Nééésstóór! Eheh!) são geniais. Vale a pena ir ver!


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

sons latinos

Nestas noites mais calientes, os sons latinos têm estado cada vez mais presentes. E tem sido cá uns ritmos... Ahahah!

Desta vez, piano. Com o já falecido Rubén González - quanto a mim, um dos músicos mais fabulosos que passaram pelo Buena Vista Social Club (dentro dos que conheço, que não são todos) e, sem dúvida, um dos que mais gosto de ouvir :)


diz-me como falas, dir-te-ei em que secção trabalhas

Ontem fui visitar uma obra diferente (que agora também não interessa muito, talvez quando estiver terminada - tem aspectos interessantes que vale a pensa saber... a seu tempo), já ao fim do dia - quase fiquei roxa com tanta fome! sem lanchar, nem jantar.

No caminho éramos 4: eu, uma colega de trabalho, o jornalista e o motorista. O motorista era um senhor bem engraçado com quem me fartei de rir, descobrimos que somos quase vizinhos. O jornalista muito simpático e com quem foi um gosto conversar, um homem extremamente educado que nos abriu a porta do carro e tudo (já não se fabricam! ehehe!). E a S que é uma querida e boa colega de trabalho, com quem descobri mais um ponto em comum, desta vez sobre a nossa infância (não fomos crianças vulgares, não é? :) ).

Durante a viagem, o motorista recebeu uma chamada de trabalho e, como estava ao volante, colocou a chamada em alta-voz... Do outro lado, outro jornalista da mesma agência mas de outro departamento.

Questionou-o sobre a sua disponibilidade e soltou the F word... Nós as meninas (eu e a S, portanto) atrás no carro, olhamos uma para a outra e sorrimos. O motorista ainda fez um cof! cof! cof! nada discreto para lhe "dar o toque" mas o jornalista ao telefone não percebeu. Duas frases depois disse uma muito, mas muito pior! E não aguentámos - bbaaaahahahhaha - tivémos que rir!!!

Foi demais! Nós ficámos com os nossos ouvidinhos de meninas chamuscados mas o jornalista que estava connosco no carro não ficou muito melhor - quando a chamada terminou, desabafou: "É do desporto! Ele não era assim... Ele não era assim... Foi de ter ido para o Desporto! Eles no Desporto são um bocado... assim..."


"ajudar está no sangue"

Hoje, ao acordar, lembrei-me de ferro.

Sim, ferro! Não barras de ferro mas comprimidos de ferro. Pus-me a fazer contas e... já lá vão bem mais (eu gosto sempre de enfatizar a coisa! Talvez para me lembrar que já não estou doente :) e fazer figas para que não volte a acontecer mais... for good) de seis meses que tive que tomar essas coisas, ou seja, em teoria já podia dar sangue!!

Dirigi-me à unidade de recolha mais próxima a funcionar (porque aquela que eu mais gostava já não funciona...).

O médico que me observou estava com vontade de me colocar na lista negra mas, acabou por não o fazer, e lá passei à próxima etapa. Quando vi o tamanho do saco... bem sei que não era novidade mas... vacilei. Respirei fundo. Depois de ter passado as fases anteriores, não podia desistir! E fiquei.

Foi rápido e não custou nada.

Não é novidade nenhuma que há falta de sangue portanto minhas gentes de corpinho, mente e comportamentos saudáveis, e em condições de dar: toca a ir dar sangue!! Vão fazer a vossa boa acção :)

"Ajudar está no sangue!" é o slogan da campanha do Ministério da Saúde brasileiro


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

sabedoria popular #02

"Para bom entendedor, meia palavra basta."

Achas que estás nessa categoria?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

return to innocence

O Escorpião fez-me um convite muito original: um jantar no estrangeiro.

Depois de tantos convites desmarcados por ambas as partes - gerir as nossas agendas não tem sido fácil (para além de que continuo com aquela predisposição para acontecer tudo ao mesmo tempo!!!) -, desta vez foi muito simples.

Não falhou: à hora marcada (muito pontual!) foi buscar-me e partimos para o estrangeiro. Estava curiosa :)

Jantámos num sítio bonito, calmo, mesmo bom para a nossa conversa de horas com comidinha bem portuguesa, saborosa, a acompanhar. Seguiu-se música! Foi talvez aquilo que mais tivemos em comum durante todo este tempo, a música.

Foi uma noite descontraída, daquelas noites em que apetece ficar, de tão confortáveis que são. Fez-me sorrir e rir muito, sobretudo depois destes dias menos solarengos soube-me muito bem. Muito bem mesmo!

Isto porque, e ainda no seguimento do post anterior, a noite foi bem diferente do dia, foi tudo menos de 'lua cheia' - que fique bem claro que eu gosto das noites de lua cheia (digamos que também tenho a minha costela lunar! ehehe), só não gosto quando os comportamentos roçam a falta de educação, o disparate "patológico" e outros do mesmo círculo.



That's not the beginning of the end
That's the return to yourself
The return to innocence.

Love - Devotion
Feeling - Emotion

Don't be afraid to be weak
Don't be too proud to be strong
Just look into your heart my friend
That will be the return to yourself
The return to innocence.

If you want, then start to laugh
If you must, then start to cry
Be yourself don't hide
Just believe in destiny.

Don't care what people say
Just follow your own way
Don't give up and use the chance
To return to innocence.

That's not the beginning of the end
That's the return to yourself
The return to innocence.

Enigma, "Return to Innocence"