terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

pós-vernissage

Aquelas imagens não me saem da cabeça... Continuo a ver os olhos de Bloncourt e as fotografias p&b daquelas pessoas. Por incrível que pareça, apesar da distância temporal (já que as fotografias são das décadas de 50/60), sinto aquelas imagens como retratos de uma realidade não muito distante - recordo a antiga Pedreira dos Húngaros e algumas das imagens que temos dos romenos, por exemplo...

Ainda com a exposição de Gérald Bloncourt na retina, andei a deambular pela internet... encontrei um documentário que me fez parar e assistir até ao fim - Uma Vida Nova, um documentário de Nuno Pires.

Deixo aqui a sinopse.

Não tinham sequer 20 anos. José e Guiomar foram para França a salto nos anos 70, sem saber uma palavra de francês. Deixavam Portugal sob a ditadura, à procura de uma vida melhor, mas sem nunca esquecer o seu país de origem e sempre com vontade de voltar um dia.

Trinta anos depois, decidiram regressar. Porquê agora? Alguns meses atrás, os seus dois filhos escolheram viver em Portugal. Portanto, José e Guiomar já não têm nada que os prenda a França. Mudar de vida outra vez, aos 50 anos, tem algo de assustador, mas eles preparam-se para esta mudança com a mesma coragem e a mesma esperança que tinham há trinta anos.

Retrato intimista, diálogo entre um filho e os seus pais, este documentário tem também valor de testemunho sociológico abordando as questões da emigração e da integração da comunidade portuguesa em França.

(Pode ser visto aqui)








Gérald Bloncourt

Immigré portugais arrivant à la gare d' Austerlitz à Paris
(1965)

Sem comentários: