sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

south express - o regresso

O regresso a casa é sempre um acontecimento para mim!

Por mais vezes que vá e por mais entusiasmante que seja o ir, é o chegar a casa que (regra geral) me devolve a paz. E normalmente a vontade de regressar é tanta que constato certos fenómenos, por exemplo, no regresso as malas nunca me pesam!! Mesmo que pareça que trago tijolos nelas...

Saí tarde do gabinete (nem tive tempo de ir à casa-de-banho!), apanhámos algum trânsito e julguei não chegar a horas da partida. Mas consegui!

Estava lotado! Pensei "vai ser outra aventura... ainda por cima estou cansada depois desta semana complicada... vai ser bonito!". E pensei bem! Ainda nem me tinha sentado, já a vizinha do lado estava a falar comigo :S Fiz questão de lhe dizer que estava cansada e que ía DORMIR durante a viagem!

Depois há sempre a maltinha dos telemóveis, os amigos que têm medo do escuro e que têm que fazer a viagem com a luz acesa, etc., enfim, estavam todos lá!

Fechei os olhos e comecei a dormir. Devo ter adormecido profundamente porque quando o autocarro parou julguei que já estávamos a meio da viagem e na realidade apenas tínhamos passado as portagens para entrar na A2... "O autocarro avariou e nunca mais chega!!", pensei eu mas não - tinha uma fuga não-sei-onde relacionada com o ar condicionado (eu realmente já me tinha sentido um bocado quente demais mas depois de fazer directas/ dormir pouco sinto-me sempre a oscilar entre o bater o dente de frio e o transpirar de calor, e achei que fosse normal).

E eu que estava tão aflitinha!!! O autocarro parado era a minha grande oportunidade!! Podia relembrar os velhos tempos do acampamentos com uma escapadela estratégica para ir ao mato ou experimentar pela primeira vez as casas-de-banho dos autocarros - eu nunca experimentei porque toda a vida achei que seriam como as dos aviões das quais não gosto e preferi sempre aguentar... Mas esta era uma emergência, tinha que tomar rapidamente uma opção!

Mato...
Autocarro...
Mato...
Autocarro...
Mato...

Autocarro... A medo. Mas até fiquei surpreendida! Não cheirava mal, tinha um ar relativamente limpo, onde não faltou o papel higiénico, e até tinha uma torneira e água para poder lavar as mãos! Isto tudo num cubículo com menos de um metro quadrado, com o autocarro parado e portanto sem ter que fazer "tiro ao alvo" e em andamento. Adorei!

Gostei tanto que achei que deveria ir elogiar a hospedeira (que estava a ajudar o motorista a consertar a dita fuga) que me ouviu com cara de quem não estava a acreditar no que estava a ouvir - o elogio da casa-de-banho! E com razão porque agora que penso no assunto...

O problema da fuga resolveu-se, reiniciamos a viagem, a mesma algazarra de telemóveis, conversas e o filme à mistura mas eu não quis saber - fechei os olhos e dormi. Desta vez nem me fez grande diferença - afinal de contas estava de regresso a casa.




Sem comentários: