Hoje é o dia do aniversário da minha avó Isabel, de quem tenho muitas saudades, e também por isso me apetece escrever um bocadinho sobre ela.
E é também o Dia dos Avós porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus - sendo a minha avó uma senhora muito devota, aposto que iria ficar contente por saber que eu sei estas coisas! Aahah! Ela não costumava dar tréguas a ninguém sempre que surgia a oportunidade para rezar um bocadinho, e toda a gente tinha que rezar.
As minhas avós eram muito diferentes. Muito mesmo! A avó Isabel era a avó urbana (fazia-nos pizzas e tudo - embora nem sempre dissesse correctamente o nome... chamava-lhe outra coisa! acho que era porque... não sabia bem italiano! ehehehe), a avó que partiu as costelas a andar nos carrinhos-de-choque (deve vir daí o gosto da minha mãe por algumas actividades mais radicais!), senhora do seu nariz, sempre foi uma pessoa.. determinada, digamos assim (teimosinha, pronto!), e sabia todas aquelas coisas que as avós sabem, das mezinhas caseiras para todos os males, aos licores de quase tudo, passando pelos conselhos para o nosso bem!
E fazia cada petisco... yummy!! Eu que não consigo gostar de sardinhas (só o cheiro... humpf), até conseguia come-las numa espécie de empada gigante que ela fazia. E aqueles pastéis de massa tenra? Que saudades!! Às vezes deixava-me recortar a massa com aquela rodinha que faz efeitos na massa (não sei o nome!) e eu adorava participar no "processo" (claro que não fazia muito mais... se fizesse mais provavelmente não ficariam tão saborosos).
Costumavam dizer que eu era muito parecida com ela (mas ela não tinha os olhos assim... os dela eram mais bonitos, pelo menos é assim que recordo). E eu ficava toda contente! Sobretudo porque na aldeia do meu avô costumavam chamar-lhe Sécia. Sécia, como as flores porque a minha avó era muito bonita. Ainda no sábado passado, quando me deitei no relvado vi estas flores - penso que não são raras mas é raro encontrá-las - e fechei os olhos a sorrir.
O tempo passa. A pele foi enrugando mas continuava sedosa - adorava pegar-lhe na pele das mãos! Suaaaaaaveee! Era uma sensação muito boa quando lhe pegava nas mãos.
Se hoje apagasse as velas do seu bolo de aniversário, seriam mais de 90.
Por tudo, deixo aqui uma oração escrita por uma outra avó (que não a minha) que tenho sempre muito gosto em ler o que escreve. E que certamente a minha avó também iria gostar de ler:
«Por causa dos gestos de ternura
E do tempo sem medida,
Porque são companheiros do sonho
E se esmeram a fazer-lhes coroas de reis e espadas de papel,
Porque eles sabem tudo
E dizem as memórias de ontem e de hoje
Com histórias vagarosas,
Porque os conduzem à raiz da alegria
E gostariam de sempre os proteger,
Porque os vejo pelas ruas, guiando-lhes os passos,
E nos jardins se reencontram com todas as infâncias,
Estende, Senhor, sobre os avós, a Tua infinita misericórdia.
Lembra-lhes que deles é também o Teu reino
Porque é a Ti que acolhem
Quando, sem condições, estendem os braços aos netos,
A todos os meninos.»
Teresa Frazão
E é também o Dia dos Avós porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus - sendo a minha avó uma senhora muito devota, aposto que iria ficar contente por saber que eu sei estas coisas! Aahah! Ela não costumava dar tréguas a ninguém sempre que surgia a oportunidade para rezar um bocadinho, e toda a gente tinha que rezar.
As minhas avós eram muito diferentes. Muito mesmo! A avó Isabel era a avó urbana (fazia-nos pizzas e tudo - embora nem sempre dissesse correctamente o nome... chamava-lhe outra coisa! acho que era porque... não sabia bem italiano! ehehehe), a avó que partiu as costelas a andar nos carrinhos-de-choque (deve vir daí o gosto da minha mãe por algumas actividades mais radicais!), senhora do seu nariz, sempre foi uma pessoa.. determinada, digamos assim (teimosinha, pronto!), e sabia todas aquelas coisas que as avós sabem, das mezinhas caseiras para todos os males, aos licores de quase tudo, passando pelos conselhos para o nosso bem!
E fazia cada petisco... yummy!! Eu que não consigo gostar de sardinhas (só o cheiro... humpf), até conseguia come-las numa espécie de empada gigante que ela fazia. E aqueles pastéis de massa tenra? Que saudades!! Às vezes deixava-me recortar a massa com aquela rodinha que faz efeitos na massa (não sei o nome!) e eu adorava participar no "processo" (claro que não fazia muito mais... se fizesse mais provavelmente não ficariam tão saborosos).
Costumavam dizer que eu era muito parecida com ela (mas ela não tinha os olhos assim... os dela eram mais bonitos, pelo menos é assim que recordo). E eu ficava toda contente! Sobretudo porque na aldeia do meu avô costumavam chamar-lhe Sécia. Sécia, como as flores porque a minha avó era muito bonita. Ainda no sábado passado, quando me deitei no relvado vi estas flores - penso que não são raras mas é raro encontrá-las - e fechei os olhos a sorrir.
O tempo passa. A pele foi enrugando mas continuava sedosa - adorava pegar-lhe na pele das mãos! Suaaaaaaveee! Era uma sensação muito boa quando lhe pegava nas mãos.
Se hoje apagasse as velas do seu bolo de aniversário, seriam mais de 90.
Por tudo, deixo aqui uma oração escrita por uma outra avó (que não a minha) que tenho sempre muito gosto em ler o que escreve. E que certamente a minha avó também iria gostar de ler:
«Por causa dos gestos de ternura
E do tempo sem medida,
Porque são companheiros do sonho
E se esmeram a fazer-lhes coroas de reis e espadas de papel,
Porque eles sabem tudo
E dizem as memórias de ontem e de hoje
Com histórias vagarosas,
Porque os conduzem à raiz da alegria
E gostariam de sempre os proteger,
Porque os vejo pelas ruas, guiando-lhes os passos,
E nos jardins se reencontram com todas as infâncias,
Estende, Senhor, sobre os avós, a Tua infinita misericórdia.
Lembra-lhes que deles é também o Teu reino
Porque é a Ti que acolhem
Quando, sem condições, estendem os braços aos netos,
A todos os meninos.»
Teresa Frazão
2 comentários:
oh...
Também quero recordações fixes de avós...
A avô Angelina nem o meu pai a chegou a conhecer... e com a avó Palmira não convivi assim tanto... mas era cómica. A minha mãe é super parecida com ela hehehe
Dizem que sou muito parecida com a minha avó Angelina (até me queria dar o nome dela mas o meu irmão não deixou...pppffffiu!)
A avô Angelina era engatatona ;o)
hehehe
Ehehehe!! Isto de ser parecido com as avós é lindo!!
Já em nomes, a mim valeu-me o bom gosto da minha mãe - pelo meu pai, a esta hora chamava-me Amália... E... Bom, gosto mais do meu nome :)
Enviar um comentário